Dia Nacional do Diabetes: mitos e verdades sobre a doença

Natal (RN) – Você sabe o que é Diabetes? Trata-se de uma condição crônica e sem cura na qual o corpo não produz insulina suficiente ou não consegue usar eficazmente a que produz. A insulina, que é um hormônio secretado pelo pâncreas, é essencial para transformar o açúcar, amido e outros alimentos em energia. Sem ela, os níveis de glicose no sangue aumentam, uma condição chamada hiperglicemia, principal característica do diabetes. A doença, se não tratada, pode gerar danos nos rins, olhos, coração, nervos, vasos sanguíneos, entre outras complicações.

Segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 12 milhões de brasileiros convivam com o diabetes, o que representa aproximadamente 7% da população adulta do país. Em todo o mundo, são 250 milhões de pessoas com a doença, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que faz um alerta: o número de casos dobrará até 2030.

Em alusão ao Dia Nacional do Diabetes, na próxima quarta-feira (26), convidamos o professor e endocrinologista do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN-Ebserh), Josivan Lima, para esclarecer mitos e verdades sobre a doença. 

Diabetes é uma doença silenciosa?

VERDADE. “Vários censos, inclusive no Brasil, mostraram que até 50% dos diabéticos fechavam critério para a doença, mas desconheciam que a tinham. Por isso, é importante fazer exames periodicamente, principalmente se houver história familiar de diabetes ou se tiver fatores de risco como obesidade, sedentarismo, hipertensão arterial etc.”.

Diabetes é causada pelo consumo de açúcar?

MITO. “Apesar de uma alimentação nutricionalmente inadequada contribuir para o aparecimento do diabetes, o consumo de açúcar não é causa de diabetes. Genética predisponente (familiares com diabetes) e ambiente inadequado (sedentarismo e alimentação inadequada, rica em gorduras e carboidratos simples) aumentam a chance de desenvolver diabetes”.

Diabetes tipo 1 e tipo 2 são a mesma coisa?

MITO. “Apesar de ambos poderem progredir para complicações (insuficiência renal, cegueira, amputações, etc.), têm causas diferentes e a condução medicamentosa também difere”.

Apenas pessoas com sobrepeso têm diabetes?

MITO. “O sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para diabetes tipo 2, mas mesmo nesse tipo, pessoas com peso dito normal para altura também podem ter diabetes. A questão não é somente relativa ao excesso de peso, mas também onde ele está. A concentração de gordura na barriga (gordura visceral), mesmo com peso ‘normal’ para a altura, pode induzir ao aparecimento do diabetes”.

O açúcar das frutas é mais saudável e por isso pode ser consumido à vontade?

MITO. “Nenhum alimento deve ser consumido ‘à vontade’. Frutas devem sempre ser preferidas em uma dieta saudável, mas dentro de uma quantidade balanceada em relação aos demais nutrientes”.

Quem tem diabetes não pode comer carboidratos?

MITO. “É praticamente impossível ter uma dieta sem carboidratos. Na verdade, eles são os macronutrientes mais frequentes em uma dieta. Deve-se apenas atentar a evitar os carboidratos simples (doces, sobremesas etc.), que têm absorção intestinal mais rápida e causam maiores picos de glicemia”.

Diabetes tem cura?

MITO. “Infelizmente ainda não há cura. Estudos promissores estão em andamento, mas ainda não se tem a cura”.

Exercício físico ajuda a controlar o diabetes?

VERDADE. “O exercício estimula a captação de glicose pelo músculo independentemente da insulina e ajuda a prevenir e tratar diabetes. Além disso, contribui para a manutenção de um peso adequado. Deve-se priorizar pelo menos 150 minutos de exercício por semana, divididos em 3 a 5 dias”.

É possível ter diabetes e manter uma vida saudável?

VERDADE. “É possível e desejável. Tratamentos adequados, exercícios regulares, alimentação balanceada, exames periódicos são indicados para todos (diabéticos e não diabéticos) e ajudam a ter uma saúde melhor”.

Sobre a Ebserh 

O Huol-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. 

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