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4. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE LAJES PINTADAS
4.1 - Localização e Acesso
O município de Lajes Pintadas situa-se na mesorregião Agreste Potiguar e na microrregião
Borborema Potiguar, limitando-se com os municípios de São Tomé, Campo Redondo e Santa Cruz,
abrangendo uma área de 130 km², inseridos na folha Cerro Corá (SB.24-Z-B-III), na escala 1:100.000,
editada pela SUDENE.
A sede do município tem uma altitude média de 315 m e coordenadas 06°09’00,0” de latitude
sul e 36°07’01,2” de longitude oeste, distando da capital cerca de 136 km, sendo seu acesso, a partir
de Natal, efetuado através das rodovias pavimentadas BR-226 e RN-129.


4.2 - Aspectos Socioeconômicos
O município de Lajes Pintadas foi criado pela Lei nº 2.332, de 31/12/1958, desmembrado de
Santa Cruz.
Segundo o censo de 2000, a população total residente é de 4.530 habitantes, dos quais 2.309
são do sexo masculino (51,00%) e 2.221 do sexo feminino (49,00%), sendo que 2.053 vivem na área
urbana (45,30%) e 2.477 na área rural (54,70%). A população atual estimada é de 4.574 habitantes
(IBGE/2005). A densidade demográfica é 34,79 hab/km2.
A rede de saúde disp õe de 01 Centro de Saúde e 02 Postos de Sa úde. Na área educacional,
o município possui 26 estabelecimentos de ensino, dos quais, 09 do ensino pré-escolar, 16 do ensino
fundamental e 01 do ensino médio. Da popula ção total, 72,90% são alfabetizados.
O município possui 1.089 domicílios permanentes, sendo 516 na área urbana e 573 na área
rural e 1.089 com abastecimento d’ água, sendo 402 através da rede geral, 72 através de poço ou
nascente e 615 por outras fontes. Apenas 351 municípios estão ligados à rede de esgotos.
As principais atividades econômicas do município são: agropecuária, extrativismo e comércio.
Na infra-estrutura existem: 01 Agência dos Correios, 01 Agência Bancária, 01 Pousada, 01
Emissora de Rádio FM, 02 Repetidoras de TV e 02 Jornais em circulação, al ém de 30 empresas com
CNPJ atuantes no comércio varejista. (Fonte: IDEMA – 2001).
No ranking de desenvolvimento, Lajes Pintadas est á em 42º lugar no estado (42/167
municípios) e em 3.683º lugar no Brasil (3.683/5.561 municípios) Fonte:
(www.desenvolvimentomunicipal.com.br).
O IDH-M=0,655 (Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – www.
FJP.gov.br/produtos/cees/idh/Atlas_idh.php).
4.3 - Aspectos Fisiográficos
Clima
Tipo: clima muito quente e semi-árido, com estação chuvosa atrasando-se para o outono.
Período Chuvoso: janeiro a abril.
Temperaturas Médias Anuais: máxima: 33,0 °Cmínima: 21,0 °C
Umidade Relativa Média Anual: 71%
Horas de Insolação: 2.400
Formação Vegetal
Caatinga Hipoxerófila - vegetação de clima semi-árido apresenta arbustos e árvores com espinhos e
de aspecto menos agressivo do que a Caatinga Hiperxerófila. Entre outras esp écies destacam-se a
catingueira, angico, bra úna, juazeiro, marmeleiro, mandacaru e aroeira.
Solos
Solos predominantes e características principais:
Litólicos Eutr ólicos - fertilidade natural alta, textura arenosa e/ou média, fase pedregosa e rochosa,
relevo forte ondulado, bem a acentuadamente drenados, rasos e muito erodidos.
Bruno Não Cálcico Vértico - fertilidade natural alta, textura arenosa/argilosa e m édia/argilosa, relevo
ondulado, moderadamente drenados, rasos e susceptíveis e erosão.
Uso: os solos Lit ólicos praticamente não são cultivados, devido a limitações muito fortes pela falta
d´água, susceptibilidade e erosão, pedregosidade e rochosidade, além do impedimento ao uso de
máquinas agrícolas. Devem ser aproveitados para conservação da flora e da fauna.
A quase totalidade da área dos solos Bruno Não Cálcido Vértico encontra-se coberta pela vegetação
natural, aproveitada, precariamente, com pecu ária extensiva. Pequenas parcelas são cultivadas com
algod ão arbóreo, milho, feij ão e agave. A utilização racional destes solos requer intenso controle da
erosão e melhoramento das pastagens, intensificando o uso da palma forrageira.
Aptidão Agrícola: regular para pastagem plantada, aptas para culturas especiais de ciclo longo
(algod ão arb óreo, sisal, caju e coco). Terras indicadas para preservação da flora e da fauna.
Sistema de Manejo: médio nível tecnológico. As práticas agrícolas estão condicionadas ao trabalho
braçal e da tração animal com implementos agrícolas simples.
Relevo
De 200 a 800 metros de altitude.
Depressão sub-litorânea - terrenos rebaixados, localizados entre duas formas de relevo de maior
altitude. Ocorre entre os Tabuleiros Costeiros e o Planalto da Borborema.
Planalto da Borborema - terrenos antigos, formados pelas rochas Pré-Cambrianas como o granito,
onde estão localizadas as serras e picos mais altos.
4.4 - Geologia
O Município de Lajes Pintadas, geologicamente inserido na Província Borborema, est á
constituído por lit ótipos do Complexo Santa Cruz, do Grupo Serid ó, representado pela Formação
Seridó, pelos granitóides da Suíte Itaporanga e por granitóides diversos de quimismo
indiscriminado(NP3g3i), como mostra a Figura 3.
O Complexo Santa Cruz(PP2gsc) compreende augen-gnaisses graníticos, leuco-ortognaisses
quartzo monzoníticos a graníticos.
A Formação Seridó(NP3ss) engloba biotita-xistos, clorita-sericita-xistos e metarritmitos.
A suíte calcialcalina de m édio a alto potássio Itaporanga(NP3g2cm), está constituída por
granitos e granodioritos, associados a dioritos.
 
5. RECURSOS HÍDRICOS
5.1 - Águas Superficiais
O município de Lajes Pintadas encontra-se totalmente inserido nos domínios da bacia
hidrográfica do Rio Trairi, sendo banhado pela sub-bacia do Rio Inharé, que o atravessa na direção
W-E, tendo como principais tributários os riachos: Timba úba, Cachoeira, Mato Verde, Olho d’ Água, do
Oito, Bento Nunes, da Timba úba, Salgado, da Cabra, da Gameleira, do jucuri e do Porão. Os
principais açudes são o Pintadas (447.070m3/p úblico) e o Riacho da Cachoeira
(6.000.000m3/p úblico). O padrão de drenagem ó do tipo dendrítico e todos os cursos d’ água t êm
regime intermitente.
5.2 - Águas Subterrâneas
5.2.1 - Domínios Hidrogeológicos
O município de Lajes Pintadas est á inserido totalmente no Domínio Hidrogeológico Fissural.
O Domínio Hidrogeológico Fissural é composto de rochas do embasamento cristalino que englobam
o sub-domínio rochas metamórficas constituído da Formação Serid ó e da Suíte Inhar é e o subdomínio
rochas ígneas da Suíte calcialcalina Itaporanga, Granitóides e do Complexo Santa Cruz.

6. DIAGNÓSTICO DOS PO ÇOS CADASTRADOS
O levantamento realizado no município registrou a existência de 26 pontos d’ água, sendo 21
poços escavados e 05 poços tubulares.

 

Com relação à propriedade dos terrenos onde estão localizados os pontos d’ água cadastrados,
podemos ter: terrenos públicos, quando os terrenos forem de serventia pública e; particulares, quando
forem de uso privado. Conforme ilustrado na fig.6.2, existem 01 ponto d’ água em terreno público e 25
em terrenos particulares

 
Quanto ao tipo de abastecimento a que se destina o uso da água, os pontos
cadastrados foram classificados em: comunitários, quando atendem a várias famílias e;
particulares, quando atendem apenas ao seu proprietário. A fig.6.3 mostra que 17 pontos
d’ água destinam-se ao atendimento comunitário e, em 12 pontos, a finalidade do
abastecimento não foi definida.
 
Quatro situações distintas foram identificadas na data da visita de campo: poços em operação,
paralisados, não instalados e abandonados. Os poços em operação são aqueles que funcionavam
normalmente. Os paralisados estavam sem funcionar temporariamente devido a problemas
relacionados à manutenção ou quebra de equipamentos. Os não instalados representam aqueles
poços que foram perfurados, tiveram um resultado positivo, mas não foram ainda equipados com
sistemas de bombeamento e distribuição. E por fim, os abandonados, que incluem poços secos e
poços obstruídos, representam os poços que n ão apresentam possibilidade de produção.
A situação dessas obras, levando-se em conta seu caráter público ou particular, é apresentada
em números absolutos no quadro 6.1 e em termos percentuais na fig.6.4.
Em relação ao uso da água, 26% dos pontos cadastrados são destinados ao consumo
doméstico primário ( água de consumo humano para beber), 36% são utilizados para o consumo
doméstico secund ário (água de consumo humano para uso geral), 06% para uso na agricultura e
32% para dessedentação animal, conforme mostra a fig.6.5.
 
A fig.6.6 mostra a relação entre os poços tubulares atualmente em operação e os po ços
inativos (paralisados e não instalados) que são passíveis de entrar em funcionamento. Verificou-se a
exist ência de 12 poços particulares não instalados ou paralisados e, portanto, passíveis de entrar em
funcionamento, podendo vir a somar suas descargas àquelas dos 14 poços que estão em operação.

 

Com relação à fonte de energia utilizada nos sistemas de bombeamento dos poços, a fig.6.7
mostra que 06 poços utilizam energia elétrica, sendo 01 p úblico e 05 particulares, enquanto 06 poços
particulares utilizam outras fontes de energia.
 
6.1 - Aspectos Qualitativos
Com relação à qualidade das águas dos pontos cadastrados, foram realizadas in loco medidas
de condutividade el étrica, que é a capacidade de uma substância conduzir a corrente el étrica estando
diretamente ligada ao teor de sais dissolvidos sob a forma de íons.
Na maioria das águas subterrâneas naturais, a condutividade elétrica multiplicada por um fator,
que varia entre 0,55 a 0,75, gera uma boa estimativa dos sólidos totais dissolvidos (STD) na água.
Para as águas subterrâneas analisadas, a condutividade elétrica multiplicada pelo fator 0,65 fornece
o teor de sólidos dissolvidos.
Conforme a Portaria no 1.469/FUNASA, que estabelece os padrões de potabilidade da água
para consumo humano, o valor máximo permitido para os sólidos dissolvidos (STD) é 1000 mg/l.
Teores elevados deste parâmetro indicam que a água tem sabor desagradável, podendo causar
problemas digestivos, principalmente nas crianças, e danifica as redes de distribuição.
Para efeito de classifica ção das águas dos pontos cadastrados no município, foram
considerados os seguintes intervalos de STD (Sólidos Totais Dissolvidos):
 
Foram coletadas e analisadas amostras de 24 pontos d’ água. Os resultados das an álises
mostraram valores oscilando de 728,00 e 6448,00 mg/l, com valor médio de 2388,05 mg/l.
Observando o quadro 6.2 e a fig.6.8, que ilustra a classificação das águas subterrâneas no município,
verifica-se a predominância de águas salobras e salinas, com 100,00% dos poços amostrados.



 
7. CONCLUS ÕES E RECOMENDAÇÕES
A an álise dos dados referentes ao cadastramento de pontos d´água executado no município
permitiu estabelecer as seguintes conclusões:
· A situação atual dos poços tubulares existentes no município é apresentada no quadro 7.1 a
seguir:
 
· Os 26 pontos d’ água cadastrados estão assim distribuídos: 05 po ços tubulares e 21 poços
escavados, sendo que 14 (54,00%) encontram-se em opera ção. Os 44 pontos restantes
(40%) incluem os não instalados e os paralisados, por motivos os mais diversos. Estes po ços
representam uma reserva potencial substancial, que pode vir a reforçar o abastecimento no
município se, ap ós uma análise técnica apurada, forem considerados aptos à recuperação
e/ou instalação. Cabe à administração municipal promover ou articular o processo de análise
desses poços, podendo aumentar substancialmente a oferta hídrica no município.
· Foram feitos testes de condutividade em 24 amostras d’ água (92,30% dos poços
cadastrados), das quais, todas apresentaram águas salobras ou salgadas (100,00%),
evidenciando a necessidade de uma urgente intervenção do poder p úblico, principalmente no
que concerne aos poços comunitários, visando a instalação de dessalinizadores, para
melhoria da qualidade da água oferecida à população e redução dos riscos à sa úde
existentes.
· Poços paralisados ou não instalados em virtude da alta salinidade e que possam ter uso
comunitário, tamb ém devem ser analisados em detalhe (vazão, an álise físico-química, no de
famílias atendidas, etc) para verificação da viabilidade da instalação de equipamentos de
dessalinização.
· Com relação ao item anterior, deve ser analisada a possibilidade de treinamento de
moradores das proximidades dos poços, para manutenção de bombas e dessalinizadores em
caso de pequenos defeitos, ou ainda, para serem os responsáveis por fazer a comunicação à
Prefeitura Municipal, em caso de problemas mais graves, para que sejam tomadas ou
articuladas as medidas cabíveis.
· Importante chamar a atenção para o lançamento inadequado dos rejeitos dos
dessalinizadores (geralmente direto no solo). É necess ário que as prefeituras se empenhem
no sentido de dotar os poços equipados com dessalinizadores, de um receptáculo adequado,
evitando a poluição do aqüífero e a salinização do solo.
· Todos os poços deveriam sofrer manutenção periódica para assegurar o seu pleno
funcionamento, principalmente em tempos de estiagem prolongada; por manutenção
peri ódica entende-se um período, no mínimo anual, para retirada de equipamento do poço e
sua manutenção e limpeza, além de limpeza do poço como um todo, possibilitando a
recuperação ou manutenção das suas vazões originais.
· Para assegurar a boa qualidade da água, do ponto de vista bacteriológico, devem ser
implantadas em todos os poços ativos e paralisados, possíveis de recuperação, medidas de
proteção sanit ária tais como: selo sanitário, tampa de proteção, limpeza permanente do
terreno, cerca de proteção, etc. O que pode ser articulado entre a Prefeitura Municipal e a
própria população beneficiária do poço. Quanto aos poços abandonados, devem ser tomadas
medidas de conten ção, como a colocação de tampas soldadas ou aparafusadas, visando
evitar a contaminação do lençol freático por queda acidental de pequenos animais e
introdução de corpos estranhos, especialmente por crianças, fato muito comum nas áreas
visitadas.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGR ÁFICAS
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