sexta-feira, 15 de março de 2013

Leitores comentam matéria que fala sobre o fim do exame da ordem dos advogados OAB


PERCIVAL DE SOUZA

Peço vênia para divergir dos argumentos esposados pelo ilustre anônimo em relação à extinção do exame de ordem.

Sou manifestamente contrário à extinção do Exame Nacional da OAB.

Sabe por quê? Porque o bacharel que não reúne conhecimento suficiente para passar no Exame de Ordem, certamente, desconhece as noções básicas e elementares do Direito. Portanto, sem dúvida, ainda, não está preparado para o exercício regular da nobre atividade advocatícia. Nessa situação, o bacharel deve voltar à sala de aula, e evitar colar dos colegas os assuntos ministrados pelos professores.

Os professores das escolas de Direito são excelentes, na maioria mestres e doutores, juízes, promotores e renomados advogados, mas alguns alunos são péssimos, inclusive aqueles que se manifestam contrários ao tradicional Exame de Ordem.

''Em todas as nações livres, os advogados se constituem na categoria de cidadãos que mais poder e autoridade exercem perante a sua sociedade.''

Ruy Barbosa (1849-1923).

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ANNA MARIA

Qual a razão do graduado em direito pretender ser advogado sem estar preparado para a missão de bem servir à sociedade?

Como ficariam a liberdade, o patrimônio, a honra e a dignidade das pessoas?

O Advogado (no mínimo, deve ser aprovado no exame de ordem) uma vez que está no mesmo patamar do Juiz (aprovado em concursado) e do Promotor (aprovado em concursado).

O advogado presta verdadeiro serviço público e exerce função social, atuando em busca da concretização da justiça na causa de seu constituinte, neste passo, está no mesmo patamar que os demais sujeitos processuais como o Juiz e o Ministério Público.

Este pensamento está refletido no artigo 6º do Estatuto da Advocacia e da OAB que dispõe: ''Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo-se todos consideração e respeito recíprocos''.

Portanto, todos buscam o mesmo fim que é a justiça, o que opera a igualdade, ao menos formal, entre ambos, não sobrevivendo destarte, qualquer razão que legitime o abuso de poder até mesmo por parte do advogado .

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Carlos Leite - advogado

O Exame de Ordem JAMAIS deve ser extinto, deixar a sociedade ser assessorada por rábulas, seria o mesmo que deixar um paciente portador de uma doença ainda não diagnosticada ser atendido por um enfermeiro, obviamente sem condições técnicas nenhuma de diagnosticar a doença. Um bacharel em direito não está preparado para o exercício da profissão, sobretudo se considerarmos a qualidade dos ensinos fundamental e médio atual. Diariamente corrijo provas de alunos que se preparam para o Exame da Ordem, e posso afirmar com absoluta convicção, falta muito para os egressos de faculdades saberem exercer a sua função sem submeter-se ao exame, aliás, mesmo aprovado no exame AINDA falta muito para alcançar o ideal. Isso porque os alunos de hoje menosprezam uma premissa básica àqueles que querem advogar: não leem. Perguntem a grande maioria dos bacharéis quantos já leram livros obrigatórios na Advocacia como: "Casa Grande e Senzala", "Os Donos do Poder", "A Nação Mercatilista", "O Capital", e vários outros, verão que estes estudantes, se preocupam apenas em ler códigos (civil, criminal, etc...), como se advogar fosse um ato de apenas aplicar leis, um bom jurista não é um aplicador de leis, por isso temos alguns "Magistrados" que do alto da sua arrogância PENSAM que fizeram justiça, mas, tem quer ser sobretudo, um profundo conhecedor das causas sociais, econômicas, políticas, enfim, um bom Advogado, tem que conhecer a lei obrigatoriamente, mas, num eventual confronto entre a Lei e a Justiça, tem que saber escolher a Justiça, do contrário, continuaremos a ver rábulas que decidem não pela Justiça, mas de acordo com os vínculos que têm com o sistema (corrupto), com os políticos (sem comentários), com os poderosos locais, e NUNCA a favor da Paz Social.


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DAMIÃO

Posso crer que até um rábula (espécie de advogado sem diploma) não encontraria nenhuma dificuldade nessas provinhas da OAB. É o conhecimento mínimo que se pode ter para advogar.
No mundo jurídico não há lugar para analfabeto.






Um comentário:

  1. A PROLIFERAÇÃO DE CURSOS DE DIREITO EM QUASE TODAS AS ESQUINAS DE QUASE TODAS AS CIDADES AUMENTA A FÁBRICA DE DIPLOMAS NO BRASIL.

    A crescente avalanche de cursos de Direito, sem qualquer condição de oferecer uma formação mínima para os estudantes, tem sido a preocupação da Ordem dos Advogados do Brasil, conseguindo, inclusive, a suspensão temporária junto ao Ministério da Educação, da homologação de novos cursos no país. A grande maioria das novas faculdades que aí estão existe, infelizmente, para fazer negócio. E é um bom negócio. Se não fosse, não haveria essa volúpia de cursos em todo o Brasil, conforme afirma o atual presidente da OAB, Roberto Busato. Ele defende que a opinião da entidade que congrega os profissionais de Direito deixe de ser apenas consultada pelo Conselho Nacional de Educação e passe a ter ,efetivamente, poder de decisão quando da abertura de novos cursos de Direito. Muitas dessas faculdades têm praticado um verdadeiro estelionato contra os jovens, que se tornam profissionais completamente despreparados para exercer a profissão. As estatísticas não mentem. Hoje, a média de reprovação dos candidatos nos exames da OAB é de 70% em todo o país. No Estado do Paraná, por exemplo, apenas 22% dos formandos em Direito conseguiram passar no exame da Ordem. Essa quantidade imensa de jovens mal preparados ocorre em função da multiplicidade de cursos e de profissionais que são lançados no mercado. Muitos alunos saem completamente despreparados das faculdades, pagaram caro pelo curso de má qualidade e não conseguem passar nos exames de admissão da Ordem. Ainda no Paraná, existem 50 faculdades de Direito e 3 mil novos advogados a cada ano. Estamos vivendo verdadeira crise na formação acadêmica com o despreparo, onde as fábricas de diplomas proliferam assustadoramente em diversas regiões do país, contra as quais é preciso envidar esforços para impedir o crescimento desordenado das escolas de direito sem as mínimas condições de oferecer um curso a altura das necessidades dos alunos.

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