Funrandeira para o uso doméstico |
O Sindicato dos Médicos da Paraíba (Simed-PB) denunciou no mês de fevereiro, que furadeiras de parede continuam sendo usadas em cirurgias no maior hospital da Paraíba/PB, o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. De acordo com o presidente do Simed, Tarcísio Campos, apesar de a primeira denúncia ter sido feita há cinco meses, em setembro de 2011, o problema persiste.
Segundo Campos, a furadeira de parede é utilizada sempre que o fluxo de pacientes aumenta no hospital. “Isso é mais comum nos finais de semana”, afirmou Campos. O médico informou que, na semana passada, a furadeira teve de ser usada em uma cirurgia ortopédica. "No dia 16 de janeiro e em vários outros dias", afirmou.
O médico disse que amanhã os representantes do sindicato vão entregar uma solicitação de fiscalização ao Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB). "Algo precisa ser feito com urgência. Vamos entregar um relatório contendo dia, hora e ocasião em que as furadeiras de parede foram usadas", declarou.
De acordo com o médico, após a denúncia feita no ano passado, algumas furadeiras cirúrgicas foram adquiridas, porém em quantidade insuficiente. "Quando a demanda é alta, geralmente não dá tempo de esterilizar os equipamentos, e o jeito deles é usar as furadeiras de parede, mesmo."
Craniótomo para uso Cirúrgico |
Quando perguntado sobre o porquê de os médicos usarem a furadeira, mesmo sabendo dos riscos, Campos afirmou: "Os profissionais não têm alternativa". Ele disse que se chega um paciente com fratura exposta, o médico não pode se recusar a fazer a cirurgia, sob pena de provocar um dano maior. De acordo com o sindicato, a situação no Hospital de Trauma está no limite. "Se é mentira, por que não apresentam as furadeiras cirúrgicas à imprensa?", disse o presidente do Simed.
Para a direção da unidade hospitalar, as denúncias são infundadas. Em nota, a Secretaria de Saúde garantiu que o Trauma continua em pleno funcionamento. "Os médicos que trabalham no Hospital de Trauma são pessoas sérias, por isso não admitimos que factóides deturpem a imagem desses profissionais que trabalham noite e dia para salvar vidas", afirmou o diretor de assistência, Edvan Benevides.
Ainda de acordo com o diretor, são usadas furadeiras cirúrgicas para procedimentos ortopédicos. O Trauma teria dois craniótomos e três trépanos, usados para abertura da calota craniana. A organização social Cruz Vermelha, responsável pela administração do Trauma, informou que vai acionar o autor das denúncias na Justiça e que as câmeras do bloco cirúrgico ficarão à disposição do CRM-PB para ajudar na investigação.
fonte: Uol Notícias
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